E…2020 foi-se.

Sim, foi Natal e 2020 já acabou.
Ano estranho…virou a vida de milhões de pessoas, o impensável aconteceu.
A Vida rolava a 8K, com o UHD a colorir todos os nossos sonhos, projetos, ambições e desejos.
e…como uma pequena névoa marinha, adensou-se pelo planeta, criando o caos, fazendo ruir todos os nossos sonhos.
ONTEM, os afetos emanavam espontâneos.
HOJE, os afetos que temos mais perto de nós é a ponta dos dedos a teclar num ecrã.
Ano estranho este que estamos a viver.
Em que tivemos tempo para tudo. Tempo pra refletir, Tempo pra começar, Tempo pra acabar. Menos para fazer aquilo que tínhamos sonhado fazer neste Ano 2020.
AMANHÃ? Amanhã está longe, muito longe ainda, mas vamos arregaçar as mangas e levar o nosso barco para águas menos agitadas. Porquê? Porque acreditamos.

Uns mais otimistas, outros mais pessimistas.
Sim, acreditamos que vamos sair deste pântano lamacento.
A ideia inicial deste artigo, seria fazer um pouco a retrospetiva do que tinha sido o 2020, que começou como uma rosa a florir, as pequenas pétalas a emergirem timidamente deixando cair pequenas gotas cristalinas de orvalho. Mas como todas as rosas, os espinhos também cresceram, e curiosamente foram eles que a partir de Março mais sobressaíram nesta rosa de 2020.
Foi mau, muito, mas mesmo muito mau, nem luzes, nem túneis, nada. Uma sensação de vazio.
Tão vazio, tão oco, Que o Dentro está fora e o Fora nem sabe onde está. E…o problema é que não és só tu, são Milhões à deriva, sem rumo, num mar imenso.
Mas, no meio de isto tudo existem amigos, poucos, também eles metidos neste oceano, para me ouvirem, animar e ajudarem a remar o barco para águas menos agitadas, a eles agradeço a paciência e o tempo que me dispensaram.

Assim como aos, poucos, clientes que confiaram em mim, e que eu tive todo o prazer em fazer, os trabalhos que me encomendaram. Alguns desses trabalhos, foram desafios para mim, peças que eu andava a procrastinar há anos, e graças a esta Paragem forçada e o desafio desses clientes, acabei por as realizar.
A todos eles tenho muito a agradecer, alguns entraram no meu atelier como clientes e saíram como amigos. Obrigado.
2021, não vai voltar tudo ao chamado normal que estávamos habituados, mas como não baixamos os braços, e Acreditamos, vamos lutar para que possamos viver num planeta melhor.

Ler Mais

Criar

Criar, dar existencia a.

Há muito, mesmo muito tempo atrás, como era normal, fazia parte de um grupo de amigos, aonde as Artes em geral eram o nosso elo de ligação. A criação era tema forte nas nossas divagações, de tal forma que criamos um lema.

A Criação é 50% de força de vontade 40% de inspiração e 10% de estupidez natural.

Eu sempre gostei de criar por impulso, principalmente naquilo que me rodeava, lembro-me que quando comecei, o meu trabalho limitava-se a brincos, pulseiras e colares, o material que usava, era latão, cobre, missanga, Bambú, dois alicates e um corta-unhas. Não ter um corta-unhas da Trim era o caos. Porquê? era o alicate de corte em versão barata.

a inspiração para os modelos de brincos ou colares, ia buscar pelas ruas de Lisboa, olhando para as fachadas dos prédios, as suas varandas em ferro forjado. Entre linhas geométricas e onduladas, algo se conseguia formar na minha cabeça, às vezes as coisas corriam bem, da idealização nascia a concretização, outras vezes dava fiasco.

Mas sempre que conseguia chegar o mais perto possível do que tinha concretizado, todos os falhanços eram superados, porque é o erro que nos obriga a avançar para fazer melhor. É aí que vimos a recompensa de não termos baixado os braços. Sempre que nos aparece um obstáculo, é na solução que nós devemos gastar a nossa energia.

É errando, e refletindo sobre esses erros que avanço profissionalmente e como ser humano.

E… Por hoje é tudo. Obrigado!

Valeriano

Ler Mais

Porquê um Blog?

Porquê um Blog?

Neste terceiro artigo, gostaria de dar-vos a conhecer o que pretendo com este blog.

Prometo não ser demasiado longo,e o mais conciso possível. E na realidade convém, porque ainda tenho de traduzir também para Inglês, com ajuda claro, porque sou uma nódoa nessa língua, (secalhar em todas).Vou tentar fazer um a dois artigos por semana. Não prometo.

O fito é falar um pouco do meu trabalho como Artesão. Apesar de isso em mim ser dificil, porque tenho consciência que divago (Alô Diogo Divagações) MUIIITOOO. Como é normal uma palavra leva a outra… é como as cerejas. (para!).  – Ok, keep Calm, voltando ao assunto.

Pretendo falar dos materiais que utilizo, de algumas técnicas, como surgem as ideias, tentativas falhadas, (e não foram poucas). Se tiverem perguntas, ou pedir que eu fale de determinado assunto, podem fazer pelo Whatsapp, também podem fazer nos comentários que já estão activados, a newsletter ainda não funciona, porque tenho de aprender a funcionar com ela. (tenho de arranjar um assessor(a) eh eh eh) Eu terei todo o gosto em responder. (Xiiii pra quem dizia que ia ser conciso….) e por agora…

Dancem ao som da vossa música favorita e sejam felizes!

Ps: “Achas que alguém vai ler isto?” “Bem… se leram o percurso…”

Ler Mais

Valeriano Artesanato

Valeriano-Artesanato é uma empresa unipessoal, criada em 1982. As matérias-primas utilizadas são pele e cortiça. As peças são desenhadas, cortadas, furadas e cosidas com fio de pele, cortado manualmente ou linha encerada.

Comprar algo artesanal é comprar de alguém que se importa.

Cada uma das nossas peças é tão única como você.

Dance ao som da sua musica favorita e seja FELIZ.

Valeriano-Artesanato

Ler Mais

O Meu Percurso

Foi por brincadeira que a minha aventura no artesanato começou, vivendo eu na Graça, em Lisboa, e trabalhando num atelier de publicidade. Como era costume naquela altura, muitos estrangeiros frequentavam as casas dos locais, e eu não fui exceção. Um desses amigos, de nacionalidade alemã, fazia bijutaria em arame de prata, cujo trabalho eu costumava observar e apreciar. Aquando do seu regresso ao seu país deixou em minha casa todo o seu material (três alicates, um rolo de arame de prata e algumas missangas e pedras semi-preciosas), dizendo-me apenas na despedida: “se um dia precisares utiliza”.

Eu achei engraçado devido à minha inexperiência total no que toca a “alicates e pregos”, mas a vida é perita em dar voltas e, passado uns tempos, dei por mim nas paragens do Metro no comércio de brincos e pulseiras, ainda que bastante imperfeitos. Como já tinha conhecimento em macramé e trabalhos em tear (tafetá), o trabalho de linhas foi um acrescento. Nas ruas de Lisboa e não só (Costa da Caparica e Algarve no Verão) aprendi muito com muito bons artesãos (brasileiros, espanhóis, argentinos, entre outros).

Como costumava vender perto do Palácio Foz um dia fui convidado para lá fazer uma Mostra de Artesanato, pela mão da Dr.ª Margarida das Caritas (sendo a minha primeira experiência em 1982 em exposições), seguindo-se a Estufa Fria e posteriormente as escolas de Arte de Lisboa e na cidade Universitária.

Um dia decidi experimentar vender na Feira da Ladra e conheci um artesão que trabalhava em produto feitos de couro. Passado pouco tempo eu e a minha família mudamo-nos para Lexim (Mafra). Este foi o meu primeiro contacto com o couro, ajudando o referido artesão a fazer sandálias, cintos, bolsas e outros acessórios e ele por sua vez dispensou-me uma parte da casa até eu arranjar onde habitar.

Foi graças ao festival de Vilar de Mouros e a um subsídio das Caritas que ganhei a minha autonomia habitacional e montei o meu primeiro atelier de trabalho, comprando ferramentas e matéria-prima de vários estilos. Assim, comecei a vender na Feira da Ladra duas vezes por semana e a fornecer peças nas lojas de artesanato na zona de Cascais, Sintra e Lisboa.

Em 1983 vou pela primeira vez ao Porto no Natal e tive a minha primeira experiência a vender na Rua de Sta. Catarina. Em 1984 regresso por mais uma semana, a qual se estendeu até aos dias de hoje, convertendo-se essa visita numa mudança de residência total para o Porto.
Como artesão urbano, não tinha obrigação de trabalhar só com uma matéria-prima (algo que se estende até aos dias de hoje), assim como as minhas criações nada têm de tradicionais. É o tempo e a experiência que nos faz dar o nosso cunho pessoal às peças que fabricamos e à forma como as fazemos. Todas as minhas obras são de iniciativa própria ou fruto de trocas de ideias entre colegas de rua que, tal como eu, foi assim que começaram. Ao longo dos anos fui adquirindo mais prática e experiência, na constante pesquisa que efetuo.

Em 1999 regresso às feiras de artesanato nacionais, até 2017.

Valeriano Cousas em Couro nasce graças à minha participação em feiras e mercados medievais por todo o país desde 2002 até 2017, tendo sido uma experiência que enriqueceu a minha atividade de várias formas, vindo a criar novos produtos baseados na temática medieval.

No ano 2004/2005 fui formador profissional no curso de “A Arte de trabalhar o Couro”, em Felgueiras.

Valeriano é uma empresa artesanal Unipessoal. Todas as peças são desenhadas, cortadas, furadas e cosidas manualmente ou com a ajuda de um balancé manual. É usado fio de pele, feito manualmente ou fio encebado de sapateiro na sua manufactura. Uma grande percentagem das peles com que trabalho é tratada com produtos de origem vegetal, sendo assim amigas do ambiente. As matérias-primas consistem somente em peles de origem bovina (boi ou vaca), caprina (cabra ou bode) e ovina (ovelha ou carneiro).

Na atualidade continuo a trabalhar com peles mas introduzi novas matérias primas como a cortiça, tecido estampado e madeira. Procuro uma aproximação atual e rejuvenescida à antiga profissão que abracei e que com grande prazer, amor e honra continuo a desempenhar.

Comprar algo artesanal é comprar algo feito por alguém que se importa. Cada uma das peças é tão única como você!

Ler Mais